[FANFICTION] "Floresta Vermelha" - Parte 3: Colapso

 Última parte,então se preparem que é grandinho!

POV Salsicha

Já estávamos no táxi,iria demorar mesmo o clube era bem longe do centro da cidade,então eu pergunto:
  - Mas e a Máquina Mistério?Você mandou pra oficina,não é Fred? Deveriamos buscá-lá não da pra ir de táxi até a floresta,é muito a apertado,e já estou com saudades dela!
  - Sim ela está na oficina...mas não há tempo,vamos apenas ao hospital,pegar alguns equipamentos e comida - diz Fred.
  - E ver como Velma está! - Daphne finaliza.
 Chegando no hospital,noto que estou chamando muita atenção,isso me deixou muito feliz,pelo menos,até eu passar pelo vidro espelhado e me lembro da minha vestimenta feminina.Subimos até o quarto da Velma,na porta havia um policial armado,e lá dentro sentados ao lado da cama de Velma estavam Sr. e Sra. Dinkley segurando cada um,uma mão.Estavam abalados,quem não estaria numa situação dessa?
  - E aí descobriram alguma coisa?Quem fez isso? – eles perguntam rapidamente quando nos vêem.
  - Infelizmente Sr e Sra. Dinkley,ainda não,mas estamos no caminho certo.Eu sei disso! -  responde Fred determinado
  - Mas e a Velma? O Médico disse algo?
  - Sim,ele disse que ela está bem recuperada,mas ainda não sabe quando ela irá acordar -  respondeu Sra. Dinkley a Daphne,o que nos deixou mais calmos.

  Tudo foi muito rápido Fred e eu fomos num pé e voltamos no outro em busca de mantimentos,que no caso eu me encarreguei dessa parte (a mais deliciosa) e Fred,é claro,foi procurar seus equipamentos para armadilha e outros que poderiam ser necessários. Voltamos,Daphne e Scooby já estavam na frente do hospital a nossa espera.
  - Mas nós vamos de quê? - perguntei.
  - Já cuidei disso Salsicha,o Sr. Dinkley nos emprestou o carro dele - disse Daphne mostrando a chave do carro.
  - Bem então vamos,turma!

POV Daphne

Chegamos à floresta e pergunto ao Fred :
  - Onde queremos chegar?
 Da última vez foi totalmente sem querer e a turma se perdeu facilmente.
  - Boa pergunta, vamos ficar sem rumo por aí? - diz Salsicha.
  - E eu não quero voltar, sem chance de encarar aquele lobisomem - diz Scooby.
  - Calma turma - diz Fred - dessa vez viemos bem equipados, trouxe uma bússola e mecanismos de defesa, tudo que vocês precisam fazer é procurar qualquer coisa relacionada á Baseball, mas procurem não se separar, não quero esse tipo de problema outra vez - diz ele lançando um olhar para mim e eu rezo para não estar tão vermelha como o meu cabelo.
 Apesar de todas as reclamações de Salsicha e Scooby com os sons bizarros que ouvíamos, esquilos que Scooby teimava em implicar com e das pedras escondidas onde era fácil tropeçar encontramos uma clareira com algo no mínimo muito estranho. O local tem solo duro e regular onde, com giz, um pequeno campo de Baseball havia sido desenhado.
  - Pelo menos não tem mais lobos gigantes birutas - diz Salsicha aliviado. Em seguida ouvimos um uivo ao longe e Scooby pula para o colo de Salsicha. Eu rio.
  - Bem, acho que você lamenta ter dito isso, não é? - digo brincando.
  - Oh não, patas pra quê te quero - lamenta Scooby.
  - Então é melhor nos apressarmos turma, procurem neste chão um ponto que possa parecer oco – fala Fred.
  Para nossa surpresa, Scooby rapidamente late e nos chama. Fred se agacha e põe o ouvido perto do solo enquanto bate para lá e para cá.
  - Como eu pensei, do tamanho de uma entrada - diz ele com um sorriso satisfeito.
  - Espera aí cara, estamos prestes a entrar num lugar que não conhecemos, no meio de uma floresta, com um lobisomem gigante a solta, sem nenhuma garantia, é isso? - Salsicha pergunta.
  - Salsicha, se entrarmos aí, podemos achar a chave do mistério, pense só: vamos achar o responsável pelo acidente da Velma - quando eu digo isso, nem Salsicha nem Scooby reclamam mais e Fred me lança um olhar agradecido.
  - Afinal, como achou isso Scooby? - pergunta Fred tirando uma pá e um pé de cabra da sacola que carrega.
  - Que nada, eu estava era procurando comida - Scooby responde e Salsicha ri.
 Fred cava um pouco ao redor do ponto oco até ele estar mais visível, é de madeira e parece velho, em seguida ele pega o pé de cabra e o abre, um forte odor de poeira escapa de lá dentro.
  - É agora ou nunca pessoal - diz Fred.

 POV Salsicha
  
  Tantos lugares para os vilões se esconderem,eles escolhem os piores,era só entrar naquele túnel,todo empoerado,com pouca iluminação e um cheiro horrível para perceber.
  - Scooby,meu filho,porque não achasse uma máquina de refrigerantes,ao invés disso aqui? Cruzes.
  - Desculpe,Salsicha,eu tentei - me respondeu ,mas logo foi interrompido por Fred.
  - Shh...fiquem quietos rapazes,foquem nas pistas.
  É difícil achar pistas naquela escuridão,trouxemos laternas,mas não eram tão boas,só iluminava o suficiente pra evitar que rachassemos a testa contra a parede.E pra ajudar ainda escorrego numa substância preta e pegajosa e caio com tudo no chão.
  - O que foi isso Salsicha?
  - Eu escorreguei nessa nojeira – respondi ao Fred
  Logo Daphne se agacha e passa o dedo naquilo,deu pra notar a sua cara de repulsa.
  - Isso me parece...óleo de motor,mas está misturado com algo mais,algo doce e enjoativo - diz ela.
  Eu levanto e prosseguimos,mas quando escutamos aquele uivo estrondoso que ecoava por todo túnel,saímos correndo.Scooby se desajeita e atropela todos nós,derrubamos as únicas duas lanternas no chão,não conseguiamos enxergar nada.Eu decido seguir os sons dos passos sorrateiros de alguém e vou nessa direção.Não chamo para verificar quem era,pois poderia atrair o monstro ou talvez ele poderia ser quem eu estou seguindo,então fico na minha e ando até conseguir ver uma luz vindo do fim do corredor. Logo a silhueta pessoa vai se revelando contra a luz,cabelos ondulados,andar cuidadoso mas feminino.
  - UFA! Sorte ser você Daphne - digo a ela,cutucando seu ombro.
  - Salsicha,você estava aí o tempo todo? Viu Fred e Scooby? - diz ela
  - Infelizmente,nenhum sinal deles - respondo cabisbaixo.

 POV Fred

  Estou zangado,encontrei Scooby mas nada de Daph ou Salsicha,como pude ser tão incompetente?
  Deveria ter pensado num modo que nos permitisse estar a salvo e juntos também. Só posso ficar aflito e torcer para que Daphne e Salsicha estejam bem. Scooby,para meu azar,não é tão contido
  - Salsicha,CADÊ VOCÊ? - ele grita cada vez mais a medida que prosseguimos caminhando.
  - Scooby,sei o que sente,mas pare de gritar,se formos ouvidos estamos mortos - eu falo aborrecido.
  Me arrependo logo,afinal ele começa a choramingar e uivar,reviro os olhos,não adianta tentar me fazer de calmo também.
  - Ei Fred! - grita Scooby e traz algo que apanhou com a boca para mim.
  - O que é garoto? - digo pegando o objeto dele.
 São os restos de um disparador,com apenas a parte de cima do botão e um emaranhado de fios partidos abaixo do cabo.
  - Hum - digo colocando a mão abaixo do queixo. - Já vi algo assim em algum lugar,mas não consigo lembrar...
  De repente Scooby pula para cima de mim e late alarmado.
  - Imã,imã!
  Eu tiro Scooby de cima de mim,coço suas orelhas e digo:
  - Silêncio garoto,por favor,não queremos um lobo biruta nos perseguindo.
  - Oh Deus! - Scooby diz e passa a pata por seu rosto como se eu não tivesse captado uma mensagem importante.
  E nós prosseguimos no túnel até ouvirmos passos vindos de mais adiante.

 POV Velma

  - TURMA! - eu grito e levanto como um foguete,mas finalmente percebo o que estava acontecendo.
 Meus pais que estavam meio sonolentos sentados ao meu lado levantam com o meu grito.
  - Filha,você está bem? - diz minha mãe e meu pai corre chamar o médico pra avisá-lo.Um pouco confusa,mas conciente do acidente,eu pergunto:
  - Faz quantos dias?
  - Três,faz três dias filha? - ela me responde.
  A sensação era de uma noite normal mas com sonhos pertubadores que não tinham fim.O médico me examina e diz que tive uma ótima recuperação.
  - Mãe,pai,onde a turma está? Eles estão lá embaixo na recepção?
  Eles trocam olhares e exclamo:
  - Não,não!
  Levanto daquela maca,vou correndo trocar de roupa.Meus pais tentam me deter,mas não podia deixá-los na mão tinha que fazer algo!

  POV Daphne

  Salsicha e eu temos caminhado por esse túnel como loucos,desde que a turma se separou naquela bifurcação não ouvimos nenhum uivo ou rosnado. Na verdade,o único som que ouço agora são nossos passos e Salsicha tremendo,mas de repente ouvi um ''rrronc''.Salsicha agarra meu braço.
  - Vamos fugir Daphne,é o lobo de novo!
  Dou uma risada nervosa.
  - Não,isso é apenas seu estômago.O que aconteceu com os estoques reservas de biscoitos Scooby que você carregava? - pergunto.
  Salsicha faz uma expressão irritada e responde:
  - O Fred deu prioridade as bugigangas dele no carro do que comida,como ele pôde?
  A descontração do momento de perde toda quando ele menciona Fred.Onde estará ele nessa escuridão? Está bem? E Scooby?
  Meu coração quase sai pela boca quando ouvimos passos,Salsicha vai para trás de mim e se esconde atrás de meu ombro.
  - As damas primeiro - ele diz com um sorriso cara de pau.
  Nós prosseguimos hesitantemente até ficarmos perto o bastante para distinguirmos duas silhuetas,um homem e um cão.
  - Fred!
  Me jogo nos braços dele sem pensar e fico lá por um bom tempo,tinha certeza de que Salsicha e Scooby se abraçaram também mas quando me separo de Fred eles estão nos olhando com expressões divertidas.
  - Olá,Scooby! - é a única coisa que consigo dizer.
  Fred pergunta se eu e Salsicha estamos bem e depois se achamos algo relevante e quando respondo que não,prosseguimos juntos.
  - Mas e vocês? Acharam algo? - pergunto um pouco depois para Fred.
  - Só isto - ele diz e me entrega um disparador.
  - Ai meu Deus,Fred! - eu exclamo.
  - O que é,Daph? - ele pergunta preocupado
  - Você não sabe o que é isso? – digo.
  - Não,você...
  Antes que ele possa continuar ouvimos outros passos,antes que consigamos nos assustas ouço aquela voz que tanta me enoja:
  - Achei que nunca viriam! - diz ela.
  - Jessica! - exclamamos.
  Fred vai até ela.
  - Você está bem? Tentamos te salvar mas...
  - Mas eu não era relevante para o mistério,sei,mas dei o meu jeito - ela diz e em seguida dá um olhar inquisidor para mim. - Achei algo realmente importante para o mistério.
  - Nos mostre então - digo em tom desafiador.
  - É meu objetivo - ela devolve.
  - Aí,vamos nós de novo - diz Salsicha,quando prosseguimos.

  Por algum motivo eu estou arrependida de meu orgulho,não confio nela,nunca confiei e não é apenas por Fred. Me pergunto o porque enquanto eu caminho com aquela fragrância doce me sufocando,quando me toco já estamos em frente a uma porta.

 POV Velma

  Finalmente fora daquele hospital!
  - Ufaa,parece que a atmosfera é outro aqui fora! - falei comigo mesma,em voz alta.
  Dou uma olhada nos arredores do estacionamento do hospital e começo a caminhada,tinha que ir à sede da Mistério S/A.
  Cheguei.Precisava pegar quanto mais coisas possíveis,mas acho que a turma chegou primeiro, fizeram a limpa no estoque,restaram poucas coisas.Bem,peguei o que tinha ali dentro e quando estava perto da porta,avisto meu tablet em cima da mesa de centro.E se eu precisasse chamar ajuda? Coloquei-o dentro da bolsa e saí andando pela rua.Como chegaria lá? Táxi? Não enquanto ELE estiver detido.
  Logo,percebo que um carro atrás de mim encosta e ouço um rangido atormentador da porta abrindo.Mal eu sabia que aquele não seria o pior que podia ouvir naquele momento.
  - VELMA! – gritou.
  Prossegui como se não tivesse ouvido,mas então repetiu meu nome.
  - Gibby! - disse eu acompanhada de um sorrisinho falso - O que esta fazendo aqui?
  - Oi,Velma! Você está melhor! Estou na lua-de-mel.
  O QUÊ? Quem é a doida?,pensei. Mas o que saiu foi:
  - Ah que ótimo! Quem é a sortuda?
  Nisso a outra porta se abre e sai de lá Veronna Dempsey me olhando com uma cara de arrogância.
  - Vamos sair dessa cidade logo,ou não? - ela falou com um tom de superioridade.
  - Sim,querida,já vamos.Tchau,Velma!
  Ele ia voltando ao seu carro quando digo:
  - Ei,Gibby,espera!Será que podem me dar uma carona?
  Os dois trocam olhares,e ele diz com o pé atrás:
  - Okay,pode entrar!

   Próximos a saída da cidade,eu vejo o carro dos meus pais,só poderia ser a turma,peço a Gibby pra parar o carro e então desço e agradeço.
  - Bom te ver,Velma - diz ele.
  Agora é hora de encarar aquela floresta outra vez!
  Achei que não seria uma boa idéia entrar pela mesma trilha que a última vez,então procurei por outra.Em pouco tempo achei. Aquela floresta estava mais assustadora do que eu lembrava,mas estava com a vantagem de estar de dia.Cuidadosamente,andava contando meus passos,e ficava mais aflita quando ouvia barulhos estranhos,afinal percebi que ele era capaz de fazer tudo mesmo! Levando em conta que o único tipo de esconderijo que seria secreto o bastante para não notarmos era um subterrâneo,deveria procurar uma clareira! Afinal,tinha que ser um lugar sem arvóres para a facilitar a construção do túnel.Procurei por muito tempo,mas só via árvores e lagos,mas até que enfim a achei.O Problema era por onde entrar,pra minha sorte,ou não,notei que o lobisomem estava se aproximando e me escondi nos arbustros.Lá vinha ele,talvez voltando de uma ronda,eu só precisava que ele me mostrasse a entrada,só isso!Ele rodou a clareira inteira antes de entrar no túnel e então abriu o alçapão secreto,esperei por um tempo e então levantei e fui até lá!

   POV Salsicha

  - O que é isso,Jessica? - Fred pergunta.
  Ela apenas ri e diz:
  - Deixem disso,é falta de educação deixar os anfitriões esperando,nunca ouviram isso?
  Daphne fica furiosa.
  - Sua vadia! Estava por trás disso o tempo todo,eu devia ter sabido...
  - Blá Blá Blá,se querem ficar com esse drama idiota,não me deixam escolha - Jessica diz e tira um controle do bolso com uma série de botões,então aperta um deles.
  Ô diabo,eu também nunca gostei dessa mulher,não desconfiaria que ela estava por trás do mistério mas também não duvido agora que sabemos.Tenho um súbito frio na espinha quando ouço um uivo,e em seguida ele está lá.
  - O lobo! - Scooby grita e vem para o meu colo,eu o aperto e escondo meu rosto em seu pelo macio com a esperança de que aquilo seja só um pesadelo,mas,meu Deus,sei que não é.
  Fred agarra Daphne e a põe atrás de si para protegê-la,o lobo começa a nos encurralar em direção a porta enquanto Jessica assiste sorridente atrás dele. Com a demora,Jessica revira os olhos e resmunga,enquanto aperta outro botão e faz o lobo avançar para a perna de Fred e morder sua coxa,ele grita de dor,eu fico apavorado e deixo Scooby cair e Daphne ampara Fred para que ele não caia e dirige à Jessica um olhar do mais puro ódio.
  Tomo a decisão,abro a porta,maldito seja eu,mas sou covarde,covardes não voam,covardes não enfrentam seu destino,covardes não aceitam mais perigo. Daphne vê que não tem mais jeito e faz Fred seguir a mim e a Scooby para dentro da câmara. Jessica nos segue com seu lobo de estimação. A câmara é um choque em relação aos túneis lá fora. Um ambiente moderno,cheio de computadores,aparelhos esquisitos e uma enorme tela plana com imagens de todos os túneis,Velma adoraria...Velma,lembro dos motivos que nos trouxe aqui e minha fúria volta.Mas ela rapidamente é substituída por mais choque,pois um homem ruivo e magrelo acaba de entrar na câmara sorrindo satisfeito usando um jaleco e um boné de baseball.
  - Bill! - Fred grita com ódio.

  POV Bill

  Eu estava prestes a ir atrás daqueles idiotas eu mesmo,quando finalmente Jessica os trás pela porta frontal da câmara.
  - A quanto tempo! - digo quando o troglodita metido a líder me vê,ele e sua namoradinha idiota estão abraçados,ignoro isso a princípio mas então percebe que sua coxa está sangrando. - Vejo que fez um trabalhinho aqui,hum Jessica.
  - Sim,querido,não pude resistir,as crianças bobocas não queriam lhe contemplar - ela responde com o tão conhecido ar falso e sedutor.
  - Poupe-me desse seu orgulho,garota,agora deixe eu cumprimentar meus convidados,olhe só,Salsicha e Scooby!
  Eu digo e vou em direção a eles,recuo tarde demais quando o vira-lata vem e morde minha panturrilha com força.
  - Maldito! - digo e o chuto,ele grunhe.
  - Bastardo! - o hippie magrelo diz e vem em minha direção.
  Jessica sabe o que fazer e faz o lobo robô pegá-los. Ele os levanta do chão e aperta seus pescoços.
  - Pare! Porque está fazendo isso? - a filhinha de papai grita.
  - Daphne,não é? Como sempre,a figura da inteligência.Você estava certa,Jessica - eu digo.
  - Cale a boca! Como saiu da cadeia seu desgraçado? - Frederick Jones diz.
  Reviro os olhos.
  - Pelos modos aqui presentes,não sou eu que deveria estar na cadeia.Vocês estavam em escuros e perigoso túneis,eu os trago para minha humilde câmara e é assim que me agradece, Fred? É melhor começar a procurar sua educação,ou vou ter que ensinar você...enquanto meu lobo ensina sua namorada. Jessica,faça com que ele solte esses dois e pegue a garota.
  - Oh sim,porque não pediu antes? - Jessica diz animada.
  - Não! - Fred pede. - Por favor!
  - Ah! Finalmente! Jessica,esqueça.
  Jessica fica irritada e cancela o comando enquanto Jones aperta a ruiva contra si me lançando um olhar que há algum tempo atrás me faria sair correndo,mas o garoto está morto,o homem está aqui. As pessoas fazem de tudo para subirem na vida,e não adianta mentir,por trás de toda uma camada de hipocrisia todos só se importam com si próprios,menos os fracos.
  Tudo que eu queria era um pouco de reconhecimento,mas eles me tiraram tudo. Meu melhor amigo,meu professor...era de mim que ele deveria ter orgulho! Eu era brilhante! Mas esses malditos fizeram tudo falhar...mas agora minha tortura acabou. No presídio onde estava dois assassinos de aluguel fracassados estavam planejando um plano de fuga na cela ao lado da minha,com algumas de minhas invenções geniais os subornei para me incluírem na fuga também,cavamos túneis,fizemos o que era ligado à cadeia desabar e ficamos escondidos num lugar onde ninguém jamais poderia nos encontrar: no subterrâneo.
  Mas eu tinha memória. Enquanto os criminosos idiotas só queriam voltar as suas vidas sujas eu queria vingança,matei um deles para mostrar ao outro quem mandava aqui e ordenei que ele desse um fim em uma das crianças enxeridas,das outras eu cuidaria,então acabaria com a cidade que eles tanto amam e os culparia,ficaria feliz os assistindo apodrecer na cadeia,num tormento que há não muito tempo era meu.
  Decidi compactuar com alguém que nutrisse desprezo e tivesse uma inteligência maligna,então maravilhei Jessica com o tanto de ouro que tinha conseguido vendendo minhas invenções pela Deep Web para clientes ricos e perversos e ordenei que ela enganasse a Mistério S/A e os trouxesse a mim,pelo menos para isso ela serviu. E agora marco meu ponto!
  - Tem algo melhor que o som do silêncio? - Jessica me pergunta entediada.
  - Sim - eu digo e dirijo um olhar para as minhas presas - o som do caos.
  - O que quer dizer com isso? - Fred pergunta.
  - Quero dizer que estão aqui para assistir de camarote ao maior espetáculo de todos - eu digo e aponto um controle para a tela plana.
  Então tenho uma imagem da prefeitura de Coolsville ao lado de um painel com um relógio pronto para ativar as bombas que ordenei que o criminoso troglodita colocasse em vários pontos estratégicos.
  - Louco! Essas pessoas nunca fizeram nada para você - Salsicha diz.
  - Mas vocês se importam,não é? - eu digo.
  - Vocês são criaturas dignas de pena - Daphne Blake diz.
  - Nós? Eu não acho... - eu respondo,mas então sinto uma dor súbita na mão e vejo que o vira lata maldito a mordeu com força,me fazendo soltar o controle para ativar as bombas.
  - Agora,turma! - Fred Jones grita e a Mistério S/A sai em disparada da câmara,para os meus túneis,outra vez.
  - Droga! Dessa vez vou machucá-lo em bem mais do que uma perna,juro - Jessica diz preocupada,mas eu apenas rio.
  - Jessica,esses túneis são meus,a escuridão é deles,mas eu posso vê-los claramente,esta ''fuga'' é apenas parte do show que estou presenciando,e você também.Controle o lobo mecânico atrás deles e me dê mais diversão e menos papo,estão indo em direção ao túnel 18,vá.

  POV Velma

  Eu desço lá em baixo,mas recuo.Lembro que Bill deve ter o túnel todo monitorado,assim vou mais cuidadosamente.Noto que há rastros no chão,um cachorro e quatro pessoas: Scooby,Salsicha,Fred,Daphne e...Jéssica? Não podem ter seguido ela,é uma cilada,ela está envolvida.Bill fez questão de colocar o símbolo do acampamento dela visível a luz ultra-violeta marcado na pedra. Eu tentei avisá-los,tentei,mas ele planejou tudo isso.Quem sabe a quantos anos esse plano maligno está sendo arquitetado?
 Enquanto prossigo pelo túnel novas pegadas vão aparecendo,pegadas grandes mesmo,marcadas por substância preta.Deveria ser óleo de motor,afinal é o Bill,seu forte é tecnologia e engenharia.Além das pegadas,o túnel exalava um cheiro estranho,mas que não era desconhecido. Minha sequência de passos vagarosos é interrompida quando ouço um uivo estrondoso,vindo de todos os ladosFui acelerando minha caminhada e começo a correr.Logo passo a primeira curva que há no túnel,me equivoco e não consigo parar então esbarro com eles,a turma.
  - A Jéssica... - tento dizer mas Daphne interrompe.
  - É,nos sabemos!
  E então começo a ver o lobisomem correndo em nossa direção e logo atrás deles,Jéssica.Todos levantamos num pulo e saímos na correria para a saída. Olho pra trás e então Jessica escorrega no óleo de motor e cai com tudo no chão e deixa seu controle cair.Por um momento o lobisomem fica inativo,enquanto Jéssica procura o controle no meio de algumas coisas que haviam na lateral do túnel,isso nos dá mais tempo pra correr!
  - Vamos pra esse lado! - Fred aponta pra direita e diz,o que era uma boa despistada para  ganharmos tempo.
  Pego e puxo a turma para trás de algumas caixas que haviam ali.
  - Precisamos fazer algo pra detê-la – eu digo. - Por quanto tempo Fred vai aguentar correr com a perna nesse estado?
  Ouviamos o monstro chegando cada vez mais perto.
  Temos que ser rápidos! Alguém tem um plano? - disse Daphne.
  - É uma pena que não temos nada pra ajudar!Eu mesmo não trouxe nada pra esse momento! -  digo.
   - Espera um pouco,eu tenho isso aqui – Salsicha diz,estende sua mão e então nos mostra três bananas de dinamite. - Peguei da sala do Bill,achei que precisariamos.
   Logo,em meio a várias coisas achei um acendedor.Acendi e joguei.Deveria apenas bloquear a passagem entre nós e Jessica,mas quando olho pra túnel vejo que Jessica estava mais perto do que eu esperava. Era tarde demais. A única coisa que podia fazer era tampar os ouvidos e fechar os olhos,mas não adiantou muito, conseguimos ouvir seus berros do mesmo jeito.Tenho uma sensação ruim e fico meio cabisbaixa.Daphne desencadeia um abraço em grupo o que me conforta naquele momento.
  - Agora,precisamos de um plano! - Fred exclama.

 POV Daphne

  Foco,garota! Eu tento me concentrar,pensar em um plano,mas tudo que me lembro são os momentos finais de Jessica,nós somos a Mistério S/A,nós ajudamos as pessoas,nós nunca fomos responsáveis por uma morte antes. Mas era Jessica,é preciso eliminar o que nos ameaça.
 A voz de Velma me tira do meu devaneio.
- O que faremos agora? - diz Velma,limpando os óculos na blusa e piscando quando os coloca de volta.
- Sair daqui,quem sabe? - diz Salsicha afagando a cabeça de Scooby
- Salsicha,por favor...- eu começo a dizer
- Na verdade,Salsicha está certo - Fred me interrompe
- O quê?! - eu e Velma exclamamos
- Ficou perigoso demais,e além de tudo,a caverna está estável - Fred diz em um tom sombrio
- A-HA!!! - Salsicha e Scooby exclamam apontando para mim e para Velma
- Mas e Bill? Não podemos deixá-lo impune!
  Verdade,de que serviria tudo o que fizemos se não alcançar-mos nosso objetivo? Bill tem que pagar,meu sequestro,o acidente de Velma,e todos os perigos que corremos por sua causa! Jamais poderíamos deixá-lo livre
- Awnt! Que bonitinho! Sempre pensando em mim,não? - Ouvimos de repente uma voz no túnel.
- Bill! Seu maldito,onde está? Covarde!  - Fred grita.
- Blah Blah Blah,vocês mocinhos da história são sempre os mesmos hein? Se dignam em gritar,amaldiçoar e salvar os inocentes...ah! vocês acabam de matar uma garota adolescentes! Desculpem,eu devo cumprimentá-los? - Bill diz.
- Onde você está? - dessa vez é Velma que grita.
- Olhem só! Nossa boa mocinha está de volta! Receio que falhei com você,e você falhou com si mesma. Não sabe que os postos subterrâneos do governo sempre tem um sistema de comunicação impecável? - Bill diz.
- Você não passa de um crianção cara! - Salsicha diz surpreendendo a todos - Quase matou nossa amiga,e todos nós,se alguém morreu foi culpa da sua infantilidade,desde o começo afinal,tentou prejudicar o Eric por inveja,apesar dele ser seu amigo! - quando diz isso ele se ajoelha e abraça Scooby. - Os amigos são o único prêmio.
De repente uma coisa terrível passa pela minha cabeça.
- E Eric? O que fez a ele?! - Eu pergunto
Os outros têm expressões chocadas quando percebem minha linha de raciocínio.
- Ha! Finalmente alguém decidiu terminar o discurso emocionante e clichê e fazer uma pergunta decente,fico surpreso por ser logo a patricinha da turma,a vida é cheia de surpresas! - Bill zomba
- Desgraçado! - Fred berra,mas eu levanto minha mão sinalizando para que ele se cale por um momento
- Não é pra ter graça mesmo,acha que sou idiota como você? Para pegar primeiro o paspalho puxa-saco do Eric e dar a vocês algo a que investigar? Muitas coisas são minha praia,burrice e lencinhos não! - ele escarnece de novo
  Velma tem no rosto uma expressão concentrada e satisfeita,ela analisa os lados do túnel,os caminhos que sobraram,olha para o alto-falante pequeno e sorri De repente,eu percebo: ela não falou por falar,Velma não faz isso,sempre tem um propósito,conheço a minha melhor amiga. Sorrio também,esse era o plano. Ganhar tempo,distrair Bill,enquanto ela tentava localizar um caminho para a toca do lobo. Onde podemos finalmente fazer a justiça acontecer e principalmente,saber como sair daqui.
POV Velma
  Depois de um dos caminhos bloqueados pela explosão,o jeito era achar outro meio chegarmos a Bill,sua central de comando,a toca do lobo. Os túneis parecem todos iguais,a não ser por pequenos detalhes que fazem toda a diferença na nossa situação. Parece que Daphne percebe o meu esquema,e distrai Bill,dando a ele,o quer qualquer pessoa presunçosa daquele jeito poderia desejar: ATENÇÃO. O jeito era corrermos ao leste até a primeira entrada a direita,que com certeza acharíamos um outro acesso a toca,Bill não seria ignorante a ponto de se encurralar num cubo subterrâneo.
  Lembro do meu tablet,que trouxe de última hora para cá.Talvez se eu pudesse conectá-lo diretamente aos cabos da câmera discretamente,conseguiria ter acesso limitado a central de comando do Bill.Então vou me afastando lentamente do foco de uma das câmeras até uma parte que elas não pudessem ter uma imagem minha. Então destaco cuidadosamente o fio de conexão e conecto-o ao meu tablet.Tinha muitas chances de Bill conseguir detectar meu hack,mas demoraria alguns segundos até ele achar o local da conexão,o que pra nós era uma vantagem e tanto.Então tudo o que tinha de fazer era cortar o vínculo audio-visual,e foi o que eu fiz!
  Depois de feito,corremos o mais rápido possível por aqueles túneis escuros,mesmo Fred com a perna machucada deu o maior de si para acompanhar.Depois de percorrermos uma boa parte do caminho,o uivo nefasto da besta chega novamente a nossos ouvidos.Isso não me engana,percebi que na verdade eram os alto-falantes surround do túnel,Bill tentando nos assustar.Seu lobisomem robô deve ter virado poeira naquela explosão.Logo,a imagem da entrada da toca fica nítida a nossa frente.
POV Salsicha
  Chegamos e abrimos a porta com tudo,Bill recua pro canto da sala enquanto é encurralado por mim,Fred e Scooby,que estava rosnando corajosamente pra ele. Velma e Daphne se põem a  frente do computador para tentar desativar tudo e acabar com todo o plano de Bill.
  - Velma,acho que isso não é nada bom! - diz Daphne aflita,apontando para um dos muitos monitores instalados na sala.
    Velma analisa e diz atônita:
 - Você tem razão! É uma contagem regressiva! Restam apenas três minutos para as bombas do túneis serem ativadas!.
 - Velma você consegue desativar? - eu pergunto.
 - Não! Eu preciso da senha dessa partição!
 - Bill,a senha,vamos lá,qual a senha?” Fred diz calmo.Sem respostas,ele repete,mas agora num tom assustadoramente agressivo.
  Quando me dou conta,Bill levanta uma arma taser de curta distância e aponta pra Fred e o ameaça.Quando Fred se aproxima para detê-lo,Bill ligeramente o eletrocuta,o que o deruba no chão. Logo em seguida,ele empurra Scooby e eu com tudo e vai em direção das garotas.
  - Acho melhor as garotinhas enxeridas tiraram essas mãos do meu computador se não quiserem uma experiência eletrizante,digamos assim! - diz ele,brincando com sua arminha de choque.
  Eu,sem pensar,agarro uma chave-inglesa jogada no canto e dou com tudo na cabeça dele,que cai no chão como um tronco de árvore.Nisso,Daphne corre e se agacha onde está Fred desmaiado e tenta acordá-lo,tem uma expressão de desespero em seu rosto.
  - Será que eu fui longe demais,Scoob? Será que eu o matei? - digo triste olhando pra Scooby.
  - Você quis nos proteger,Salsicha!Só isso! - diz tentando me confortar, enquanto ele me acaricia com seu pescoço.
  Fred,felizmente, começa a abrir seus olhos e Daphne o abraça com força e um sorriso em sua cara.
  - Gente,acho que devíamos nos apressar! - Velma interrompe o clima e,então,também é interrompida pelo som da primeira explosão.
  - Corram! - diz Fred,já de pé.
  Eu corro,mas logo paro.
  - Mas turma,O Bill,vamos deixá-lo lá? - falo me sentindo culpado.
  - Salsicha,eu te entendo.Você só seguiu seus instintos,nunca faria mal a alguém sem uma causa nobre.Mas temos que ir agora,não podemos fazer mais nada! - Velma me diz,dá um sorriso e pega minha mão,eu vou no seu impulso.Aquilo totalmente melhorou meu astral,ela tinha razão,tinhamos que seguir em frente.
  A segunda explosão ganha vida poucos metros atrás de nós e então,as saídas vão se fechando num efeito dominó,nos deixando quase encurralados.Mesmo assim não paramos e saímos em disparada a uma das últimas alternativas intactas até o momento. Chegamos ao fim do túnel e achamos um alçapão no teto.Eu,o mais alto, vou primeiro,depois puxo o Scooby que me ajuda a puxar o resto da turma.
  Quando todos nós já estamos do lado de fora, quase ficamos aliviados, até que vislumbramos alguém que chegou correndo lá embaixo, olhando hesitante para cima. É Bill. Nesse momento, nós nos olhamos, lembramos do que aconteceu a Jessica mais cedo, nós nos conhecemos, aquilo não fez bem a nenhum de nós, não de verdade, não é a nossa natureza. Então, eu respiro fundo, me agacho e estendo a mão em direção ao túnel que está para desabar, enquanto a turma se afasta da área.
  - Pegue minha mão cara, vamos! – eu digo.
  Bill dá uma risada amarga e me olha com um desprezo terrível apesar de não estarmos perto.
  - Outro clichê de mocinhos, vocês são sempre os mesmos, é por isso que eu escolhi ser diferente, eu escolhi a glória e a originalidade! – ele grita
  Olho confuso para ele e depois para mais adiante, as áreas próximas claramente já desabaram , em breve ele será soterrado vivo.
  - Vamos logo! – digo agitando minha mão.
  - Desista, heroizinho, sair ou não daqui não vai me fazer bem algum – ele diz e se afasta para a parte mais perigosa do túnel, de onde tínhamos acabado de nos salvar.    
  Olho abismado para ele, enquanto meus amigos me puxam dizendo que não adianta. Nos afastamos da área perigosa o máximo que podemos. Ligamos para a polícia e depois ficamos quietos. Depois de alguns momentos, todos nos abraçamos com força e ficamos assim por um tempo, sabendo que o túnel há muito já desabou.
POV Fred
  - Foi tudo por vingança – Velma diz e relata ao xerife tudo por o que passamos agora e por algum tempo por causa de Bill, o garoto prodígio que traiu o mestre e o amigo, em nome da inveja e do orgulho, e depois se safou inúmeras vezes da justiça com o incentivo que traz o desejo de vingança.
  - Ele também se aliou a um patife e a Jessica Moose – diz Daphne.
  Geralmente, o relato do caso seria um negócio meu, mas algo mudou em mim hoje, em todos nós, acredito. Então, estou aqui parado ao lado de Velma e Daphne como um peso morto e Salsicha e Scooby estão comendo rosquinhas na viatura. Uma equipe de policiais está fazendo uma busca nos escombros acessíveis do túnel. Um deles finalmente volta.
  - Não há sinal de Bill ou Jessica? – Velma pergunta.
 O policial parece surpreso com nossa preocupação, mas responde:
  - Sinto muito, creio que não há fim pior que...
  - Certo, certo, Mirthrand. Não sejamos hipócritas, eram criminosos, era exatamente o que mereciam, e essas crianças aqui são vítimas, lembra? Estão mais é aliviados, não? – o Xerife diz, e nos olha, vendo nossas expressões revira os olhos e se afasta.
 Vamos para Coolsville, Salsicha, Scooby e Velma vão em uma viatura policial. Eu vou com Daphne no carro do Sr. Dinkley que trouxemos.
  É nesse momento que percebo que nem todos os mistérios foram solucionados ainda, ela está caminhando até o carro comigo hesitante, como se caminhasse para um armadilha. Quem melhor do que eu para saber disso? Exato! Quem melhor do que eu para saber? Eu odeio deixar um mistério sem solução. Mas como eu vou fazer isso? Com meus pensamentos desviados eu tropeço e caio.  Daphne vem até mim e põe uma mão no meu ombro, mesmo depois de tudo o que houve esta noite, ela está tão linda que não posso deixar de sorrir feito um palhaço. Ela sorri também, confusa.
  - Você está bem? – ela pergunta.
  - Minha perna está latejando um pouco... – digo fazendo uma expressão de dor. Na verdade, não sei porque fiz isso, sempre fui bom com ferimentos, nunca me queixei, tenho medo de que ela lembre disso. E além de tudo, os policiais já haviam enfaixado e nem havia sido grande coisa, mas era uma boa desculpa.
  - Quer descansar um pouco?  - ela pergunta e eu assinto com a cabeça.
  Ela senta na grama ao meu lado e começa a afagar minha perna.
  - O que você está fazendo?! -  pergunto espantado. Seu rosto fica quase tão vermelho quando seu cabelo e ela responde apressadamente:
  - Desculpe, Fred, você disse que estava doendo, eu só pensei...
  - Pelo amor de Deus, cale-se... – eu digo e a tomo em meus braços, antes que ela possa me chamar de algo como pervertido, aproveitador, papa-enfermeiras ou coisas que uma dama  supostamente (apenas supostamente) não seria apta a dizer, a beijo intensamente, ela fica rígida a princípio, mas a medida que se acostuma enlaça meu pescoço e responde ao meu beijo.
Quando nos afastamos, eu sorrio satisfeito, ela sorri também, e então me dá um tapa.
  - Mas o quê... – eu começo a dizer...
  - Se quer mesmo que isso dê certo Jones, tenha consciência das regras – ela diz sedutora – Nunca diga para eu me calar, pode ser o líder nos mistérios, mas aqui será eu. –ela sorri brincalhona e nos beijamos de novo.
  - Agora, vamos para casa – eu me levanto e a puxo comigo.
  - Ah, então, sua perna estava boa? – ela pergunta irônica.Eu sorrio e ela diz – Dane-se você Jones! Minutos de namoro e já me enganou e mandou eu me calar! Imagine a longo prazo, será que eu aguento?!
  - Aguenta sim, é teimosa e orgulhosa demais. – eu digo brincando – e sabe como eu sou, farei o que for para tê-la sempre ao meu lado.
  Então fazemos nosso rumo a Coolsville, até nossos amigos, mais do que satisfeitos e sabendo que finalmente resolvemos tudo o que tínhamos para resolver.

   Eu os vi. Primeiro a garota de óculos, o magrelo e o cachorro com os policiais. Então aqueles dois ficaram por mais um tempo e começaram a se agarrar. Eu sorri friamente nesse momento. Ah... se eles sequer tivessem ideia do que eu poderia ter feito, se sequer tivessem ideia de como eu poderia fazer com que a dor realmente fosse real... mas não. Crescemos ouvindo nossos pais dizendo para sermos pacientes, mesmo que de forma hipócrita e para propósitos diferentes. Mas é uma lição válida. E há um momento certo, sempre há. Eles estão alertas, apesar de tudo. Deixe-os se iludirem, deixe as crianças pensarem que estão a salvo , deixe as crianças se divertirem nas saias de suas namoradinhas. Mas no meu momento, o show continuará.

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